domingo, 24 de março de 2019

O amor vem para os desavisados?

Uma vez li em algum lugar que o amor vem para os desavisados, desde então tenho tentado, sem muita sorte não esperar pelo amor e não esperar nada de ninguém. Depois de ler tantas vezes essa frase pensei que o amor iria chegar quando estivesse na biblioteca lendo um livro, ou no cinema escolhendo um filme, ou em uma lanchonete qualquer. Pensei que ele me pegaria de surpresa, quando um desconhecido com um sorriso lindo sentasse do meu lado e perguntasse que livro estava lendo, que filme iria assistir, ou qual o melhor lanche pedir. Esperei tanto que achei que fosse criar teia de aranha no coração, e assisti sem reação amigos, conhecidos e desconhecidos namorarem, casarem, separarem enquanto eu ainda estava lá, na biblioteca, no cinema e na lanchonete.
Todas as noites deitava a cabeça no travesseiro e pensava segurando as lágrimas “por que não eu?”, repassava meus passos, olhava meus defeitos e qualidades, ia ao salão, comprava roupa nova, até tentei ir em lugares diferentes, mas nada do amor me achar. Pensei que talvez a culpa afinal fosse minha, que me preocupava e procurava demais. Então um dia por acaso li uma frase mais ou menos assim “só vive coisas especiais quem quer”. E o tapa na cara foi tão grande que chega cambaleei. 
O amor não vem para os desavisados, o amor vem para quem quer ele, para quem está disposto a cultivá-lo. Mesmo eu na minha busca implacável pelo príncipe encantando havia me esquecido de cultivar o amor a minha volta. Eu me impedi de conhecer melhor aquele cara da academia que mandou mensagem, não dei uma chance para aquele professor de inglês, nem quis saber o nome do bonitinho que topei na balada. Eu estive cercada de chances para conhecer o amor e nem vi. 
Porque amor, não é olhar nos olhos da pessoa e imediatamente se apaixonar, amor é mandar uma mensagem de “Bom dia” meio insegura e contar os segundos pela resposta, é ficar atenta a quais emojis ele está usando e quais você deve usar. Amor é ter frio na barriga antes de sair com a pessoa pela primeira, segunda, terceira, quarta e todas as outras vezes. Amor é encontrá-lo na rua e não saber se só acena, se dá uma abraço, se beija no rosto ou se dá um meio selinho. Amor é todos os dias construir laços, se dar a oportunidade de conhecer alguém e deixar que esse outro te conheça, é aos poucos deixar essa intimidade surgir e ir crescendo. Amor é se jogar de um precipício de olhos vendados sem saber se lá embaixo te esperam pedras, espinhos ou flores. Por isso tudo o amor vem para quem quer, para quem quer e escolhe abrir mão da segurança e da paz, e se joga nessa aventura de tentar conquistar e ser conquistado. E nesse jogo de dois não existem perdedores nem vencedores, apenas pessoas em busca da felicidade. (Fonte: pseudoflor)

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