segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

— Martha Medeiros


Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém 
atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que pipoca! Conversa é melhor do que piada. Exercício é melhor do que cirurgia. Humor é melhor do que rancor. Amigos são melhores do que gente influente. Economia é melhor do que dívida. Pergunta é melhor do que dúvida. Sonhar é melhor do que nada.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Cada dor, cada sofrimento, só me faz perceber que estou viva.

Como da outra vez, acordei. Li algumas coisas que me fez perceber o quanto estava sendo ridícula, o quanto há pessoas no mundo com “problemas” de verdade. Não que eu menospreze o meu, mas ele pode ser o “menos pior”…
Que se dane a compostura, porque no fundo não há pessoas que não xinguem e merda não é xingar. Estava de saco cheio, e quer saber? Sempre vou está, porque isso está viva, é ser ambiciosa com a vida. Mesmo que ainda irá existir alguém para me deprimir, eu irei levantar. Mas é isso que os irrita. Eu poderia contar com qualquer pessoa, ou com ninguém, mas só queria um. Na verdade, uma. E não tive. Não vou sofrer por isso, não vou pensar negativo, até que eu chore, mas irá passar. Cada dor, cada sofrimento, só me faz perceber que estou viva.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu na água.


Duas crianças estavam patinando sobre um lago congelado. De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu na água. A outra criança ao ver seu amigo se afogando, pegou uma pedra e com toda a sua força, começou a quebrar o gelo e conseguiu salvá-lo. Quando chegou o socorro, alguém perguntou: “Como conseguiu fazer isso? É impossível que você tenha quebrado o gelo: suas mãos são muito pequenas.” E então, um ancião que estava perto disse: “Não havia ninguém ao seu lado para dizer-lhe que ele não seria capaz.”

domingo, 9 de dezembro de 2012

Em momentos em que nada dá certo, que tudo parece cair sobre nossas cabeças como verdades inabaláveis e destrutíveis de qualquer ser que tente dizer o que não dá para controlar.



Em momentos em que nada dá certo, que tudo parece cair sobre nossas cabeças como verdades inabaláveis e destrutíveis de qualquer ser que tente dizer o que não dá para controlar. Na minha mente sã, com atos de verdades e concretas ilusões sobre conclusões que só podem ser tiradas de dias completamente fora do meu controle, venho a dar vazões a sentimentos que embora malucos, são verdadeiros. Não quero dizer que vou ser uma completa idiota ao tentar pelo menos expressar o que eu realmente sinto mas, a verdade é que o que sinto está tomando conta do meu ser. Não sei se pode ser descrito como raiva, vergonha, decepção ou até mesmo, amadurecimento mas, sei que me bate uma angústia danada e uma vontade louca de pensar que levantarei da minha cama e que ao despertar toda essa loucura fosse descrita como sonho ou pesadelo. A vida não é sempre fácil, na verdade ela é tida mais como uma grande história de batalhas e decepções que fazem cada linha escrita ter maior prazer ao ser contada. É irônico até pensar que nas batalhas vividas e nas histórias surpreendentemente choradas, são as que mais valem a pena para a publicação de um livro. Afinal, para toda história é preciso problemas se não, não há história. Pena que na vida, há vários contos, alguns passageiros e outros, tão grandes que chegam a dar prazer ao esperar pelo fim. Algumas histórias em nossa vida, de tão irônicas ao serem vividas chegam a ser cômicas ao ser contadas. Engraçado, né ?! Parando para pensar, somos loucos, insanos sem querermos nem ao menos admitir, porque é de tanto choro, de tanto tombo que criamos força, é de tantos problemas que crescemos e é de tantas descidas e subidas que vivemos. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

— Sabe mãe, eu ainda tô tentando deixar minha unha crescer, quem sabe um cara não aparece.


Quando eu era pequena, mamãe dizia que se eu roesse as unhas, nenhum garoto ia se apaixonar por mim, uma garota que tem as unhas mal cuidadas. Eu sei que parece bobagem, mas eu sinto a mesma coisa quando não me satisfaço com meu corpo, cabelo e afins.. Todo mundo, ou quase, já foi julgado pela aparência, e isso machuca, dói lá dentro. Mas com o tempo, as quedas, decepções, a gente acaba descobrindo que a podridão vem do interior dessas pessoas, que não vêem nosso coração.

Ele ficou satisfeito só de escutar a voz dela...

Cara, essa noite eu não dormi nada bem. Não parei de pensar nela nem por um segundo. Nem para dormir deu, eu só pensava e pensava. Essa noite foi difícil, eu tive que me controlar pra não ligar, não mandar mensagem. Eu fechava os olhos, mas era questão de segundos que eu sentia-me culpado por estar dormindo em uma cama diferente da dela. E ali eu fiquei, esperando o sono vir enquanto eu olhava para o teto lembrando das coisas que ela me disse. Deu até para rir, quando lembrei dos ciúmes dela. Mas depois do sorriso involuntário veio a lágrima involuntária, e pelo mesmo motivo, eu chorei. Velho, eu chorei. Nunca tinha chorado na minha vida, nunca perdi uma noite de sono por uma garota, não sou desse tipo de cara que ama até o fim, quer até o fim ou sonha sem ter fim. Eu só queria pegar ela, cara. Eu só queria pegar, nada mais. Mas olha só, eu tô chorando, com sono, com dor e precisando dela. A unica coisa que eu podia fazer era esperar, mas não deu. Eu liguei o computador e fui em todas as redes sociais que ela tinha e me senti um merda ao ler “solteira.” Eu não tenho facebook, skype, twitter. Mas eu faria, sem me importar, um facebook para colocar em relacionamento sério com ela. Nem me importaria de colocar um plano de fundo meio gay no meu celular, só por ela gostar. Ela é linda velho, toda meiguinha e cheia de defeitos, toda nervosa e cheia de sorrisos. Ah cara, ela é linda. E já tinha passado das três da manhã e eu não sabia como dormir, peguei todos os travesseiros que eu tinha em casa e fui dormir na sala, pelo menos lá, eu ia conseguir dormir. Joguei tudo em cima do sofá e me enfiei de qualquer jeito embaixo da coberta. Eu queria meu celular, queria fumar, queria ir até ela. Nada disso eu podia ter, não naquele momento. Tenho uma leve recaída ao falar dela, minhas vontades crescem e eu começo a não responder por mim. Eu pensei e deixei para lá, corri para o quarto e peguei meu celular, disquei o número dela e apertei aquele maldito botão verde. Eu não ia desligar, eu ia esperar ela me atender. Por sorte, no último toque ela, com aquela voz rouca que no fundo era boa de se ouvir atendeu. Eu não consegui dizer nada, apenas respirei. Já era muito para mim respirar sem ajudinha de um aparelho. Ela repetiu o alô umas quatro vezes e perguntou se era eu. Eu sorri e percebi que ela tinha meu número salvo, respondi um oi.
— O que aconteceu? Que horas são?
— Nada, só liguei. Dez pras cinco.
— Então porque ligou?
— Por nada.
— Então vou desligar, Gustavo. Amanhã a gente se fala.
Eu não respondi, nem pedi á ela que não desligasse. Eu só fiquei na linha até ouvir aqueles chatos “tú tú tú” e sorri. Nem eu entendi bem o porque eu sorri, o porque eu encarei aquilo como um bom sinal. Fui deitar, ainda na sala. Fechei os olhos e aquela frase ficou ecoando na minha cabeça: Amanhã a gente se fala.