quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Ele ficou satisfeito só de escutar a voz dela...

Cara, essa noite eu não dormi nada bem. Não parei de pensar nela nem por um segundo. Nem para dormir deu, eu só pensava e pensava. Essa noite foi difícil, eu tive que me controlar pra não ligar, não mandar mensagem. Eu fechava os olhos, mas era questão de segundos que eu sentia-me culpado por estar dormindo em uma cama diferente da dela. E ali eu fiquei, esperando o sono vir enquanto eu olhava para o teto lembrando das coisas que ela me disse. Deu até para rir, quando lembrei dos ciúmes dela. Mas depois do sorriso involuntário veio a lágrima involuntária, e pelo mesmo motivo, eu chorei. Velho, eu chorei. Nunca tinha chorado na minha vida, nunca perdi uma noite de sono por uma garota, não sou desse tipo de cara que ama até o fim, quer até o fim ou sonha sem ter fim. Eu só queria pegar ela, cara. Eu só queria pegar, nada mais. Mas olha só, eu tô chorando, com sono, com dor e precisando dela. A unica coisa que eu podia fazer era esperar, mas não deu. Eu liguei o computador e fui em todas as redes sociais que ela tinha e me senti um merda ao ler “solteira.” Eu não tenho facebook, skype, twitter. Mas eu faria, sem me importar, um facebook para colocar em relacionamento sério com ela. Nem me importaria de colocar um plano de fundo meio gay no meu celular, só por ela gostar. Ela é linda velho, toda meiguinha e cheia de defeitos, toda nervosa e cheia de sorrisos. Ah cara, ela é linda. E já tinha passado das três da manhã e eu não sabia como dormir, peguei todos os travesseiros que eu tinha em casa e fui dormir na sala, pelo menos lá, eu ia conseguir dormir. Joguei tudo em cima do sofá e me enfiei de qualquer jeito embaixo da coberta. Eu queria meu celular, queria fumar, queria ir até ela. Nada disso eu podia ter, não naquele momento. Tenho uma leve recaída ao falar dela, minhas vontades crescem e eu começo a não responder por mim. Eu pensei e deixei para lá, corri para o quarto e peguei meu celular, disquei o número dela e apertei aquele maldito botão verde. Eu não ia desligar, eu ia esperar ela me atender. Por sorte, no último toque ela, com aquela voz rouca que no fundo era boa de se ouvir atendeu. Eu não consegui dizer nada, apenas respirei. Já era muito para mim respirar sem ajudinha de um aparelho. Ela repetiu o alô umas quatro vezes e perguntou se era eu. Eu sorri e percebi que ela tinha meu número salvo, respondi um oi.
— O que aconteceu? Que horas são?
— Nada, só liguei. Dez pras cinco.
— Então porque ligou?
— Por nada.
— Então vou desligar, Gustavo. Amanhã a gente se fala.
Eu não respondi, nem pedi á ela que não desligasse. Eu só fiquei na linha até ouvir aqueles chatos “tú tú tú” e sorri. Nem eu entendi bem o porque eu sorri, o porque eu encarei aquilo como um bom sinal. Fui deitar, ainda na sala. Fechei os olhos e aquela frase ficou ecoando na minha cabeça: Amanhã a gente se fala.

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